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16 de abril de 2014

Mulheres ainda são minoria no esporte

Apesar do ingresso das mulheres em quase todos os esportes, ainda é ampla a discriminação sexual. O preconceito não atinge apenas a condição de atleta. 

No vôlei feminino, o técnico é um homem
Segundo Nereida Salette da Silveira, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas e pesquisadora dos temas diversidade, gênero e mulheres nas organizações, as dificuldades aumentam nas posições de gestão, investidas de autoridade e poder, classes hierárquicas de alto escalão e outras posições, como é caso de treinadoras, técnicas e árbitras. 

“O técnico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino é um homem, assim como das seleções de vôlei feminino e basquete, que em toda sua existência só teve uma treinadora, Maria Helena Cardoso. Sandra Mara Leão é a única mulher que exerce a função de técnico entre os 26 times da superliga de vôlei”, afirma Nereida. 

Para a pesquisadora, todo o discurso esportivo serve como uma metáfora para os valores de gênero. “Esporte é um campo da masculinidade onde a mulher é uma alienígena, forasteira. No mundo esportivo, se faz um elogio a uma mulher dizendo que ela joga, corre, marca e etc..., como um homem. Do contrário, um garoto se comparado com uma mulher, ficará profundamente ofendido, mesmo que essa mulher seja a Marta, atleta escolhida cinco vezes como a melhor jogadora de futebol do mundo”. 

Desde a infância, os parâmetros de gênero influenciam na escolha dos jogos ou atividades que são indicadas para homens e mulheres. No Brasil, predominantemente os meninos optam em jogar futebol, enquanto nos Estados Unidos, o esporte prevalece entre as meninas. “Apesar de estarmos prestes a sediar dois grandes eventos esportivos mundiais, o brasileiro é em sua grande maioria pouco ativo, só para ilustrar, apenas 38% praticam algum esporte. Entre as mulheres, este número cai para 27,6%”, ressalta a pesquisadora.

Nereida ainda enfatiza que o enfraquecimento dos estereótipos de gênero tem culminado em mudanças. “As mulheres e meninas tem optado por esportes mais agressivos, como boxe, automobilismo e futebol, enquanto os homens e rapazes se sentem mais livres para escolher esportes mais graciosos como a ginástica rítmica ou patinação artística, sem terem necessariamente suas identidades de gênero contestadas”.

Os estudos de gênero mostram como o campo esportivo deve ser lido por meio de uma nova ótica, a fim de se reduzir as disparidades entre homens e mulheres.

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