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21 de março de 2014

A participação da mulher na política, ainda é pequena

Mesmo com os avanços sociais, ainda predomina no país uma cultura política invariavelmente machista

Embora hoje as mulheres sejam a maioria do eleitorado brasileiro, 52%, sua representatividade política é ainda muito pequena tanto no executivo, como no legislativo e também no judiciário.

Em Minas Gerais, dos 853 prefeitos eleitos em 2012, apenas 69 – ou seja, 8,09% do total – foram mulheres. No ABC Paulista, a cidade de Santo André, que completou 460 anos de existência em 2013, teve apenas uma prefeita eleita em toda sua história política. Uma aparente contradição, considerando que o cargo máximo do país, de presidente, é hoje ocupado por uma mulher.

Segundo a professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas, e pesquisadora dos temas diversidade, gênero e mulheres nas organizações, Nereida Salette Paulo da Silveira, “as desigualdades de gênero, são incompatíveis com a ideia de democracia, e na realidade exibem uma origem antiga”, afirma.

Fato que remonta a antiga Pólis, espaço público onde se tomavam as decisões. Na pólis, apenas os homens participavam das decisões políticas da cidade. Mulheres, estrangeiros, escravos e crianças não tinham poder de decisão, pois estavam restritos ao espaço privado, doméstico.

O direito ao voto para as mulheres, conquista da primeira onda feminista, só ocorreu no fim do século XIX e início do século XX. E a inserção da mulher na política no Brasil, só passou a ser garantida por meio da Lei 9.504 em 1997 e depois alterada em 2009, há exatos 5 anos. O artigo 10, §3º, assegura que cada partido ou coligação deve preencher o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo. 

Para a pesquisadora, a subrepresentação das mulheres na política leva não apenas a um contrassenso aos pressupostos da democracia, mas também à perpetuação das desigualdades e à manutenção das mulheres em posições inferiores e desinteresse público, tais como hiatos de rendimento, duplas jornadas, grandes índices de vitimização de violência doméstica e outros males. 

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