De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, campanha da vacina contra o HPV expõe meninas a risco de supermedicalização
Na próxima segunda-feira, dia 10, será iniciada a campanha de vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV) em escolas e postos de saúde, promovida pelo Ministério da Saúde (MS). A vacina será aplicada em meninas de 11 a 13 anos, com intuito de evitar lesões precursoras do câncer dos tipos 16 e 18 e reduzir verrugas causadas pelo HPV dos tipos 6 e 11.
Porém, de acordo as pesquisas produzidas com a vacina e o conhecimento científico atual a respeito do tema, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) entende que não há evidências de que a vacinação seja mais eficaz que a estratégia atual, que utiliza o rastreamento por meio do Papanicolau, no exame ginecológico.
Segundo o diretor da SBMFC, Daniel Knupp, atualmente, a vacinação contra o HPV não elimina a necessidade do rastreamento por três razões principais. Não elimina por completo a formação de lesões precursoras do câncer e apenas reduz a incidência das mesmas, não sendo possível afirmar o quão duradora vai ser a imunidade conferida pela vacina, além de existirem outros tipos de HPVs que causam o câncer.
“A implantação da vacina implica em uma somatória de gastos, mas ainda não é comprovado que esta estratégia calculada a nível populacional reduz efetivamente a mortalidade. Esses recursos poderiam ser mais bem investidos se fossem destinados a qualificar e disseminar a estratégia já aceita universalmente (Papanicolau), tanto pela segurança, quanto pela eficácia”.
Além disso, não há ainda comprovação científica de que a vacina promova uma redução da mortalidade por câncer de colo do útero e nem mesmo que reduza a incidência do câncer propriamente dito. O que se pode afirmar, com base nas pesquisas realizadas com a vacina, é que ela apenas diminui os casos das lesões precursoras do câncer, que não necessariamente evoluem para o câncer.
Há ainda uma preocupação com a segurança da vacina e com os efeitos colaterais graves que podem decorrer de sua utilização. Pesquisas recentes, como a divulgado pelo British Medical Journal (BMJ) em outubro de 2013, confirmam que a vacina está associada a um aumento na incidência de doenças autoimunes, como o diabetes tipo 1,
Medicina de Família – O que é?
O MFC acompanha os pacientes em seu contexto familiar e social diagnosticando e tratando os problemas mais frequentes e, principalmente, prevenindo doenças (câncer, hipertensão, diabete e etc) e promovendo a saúde. É conhecido como “médico de cabeceira”, ou seja, aquele que o paciente procura primeiro quando pensa em um serviço de saúde. Por acompanhar as mesmas pessoas ao longo do tempo, em várias situações e com diversos problemas. É a especialidade médica responsável por cuidar da saúde das pessoas sem restrição de idade ou sexo, estando elas doentes ou saudáveis.
Está presente em todo o Brasil no atendimento privado e público. No setor público, o MFC integra a equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF), que atende a maior parte dos municípios e oferece acesso a mais da metade da população brasileira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário