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29 de janeiro de 2014

Brasileiros ainda não controlam as finanças pessoais, afirma especialista

Muita gente ainda compra a crédito somente se baseando no valor da parcela, sem saber se consegue pagar

A pesquisa divulgada esta semana pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas apontou que oito em dez entrevistados não tem controle de como usa o dinheiro no cotidiano. Isso representa um dado alarmante na opinião da consultora em saúde financeira Suyen Miranda. 

“O descontrole financeiro, não por gastar demais ou de menos, mas por não saber exatamente quais são as despesas, quanto custam e quanto representam no salário é algo que facilita muito o cenário de inadimplência”, alerta Suyen. 

Ela explica que, por não ter o hábito de controlar gastos, saber exatamente onde o dinheiro é utilizado e se guiar por valores de parcelas ao invés da análise dos números, as pessoas correm o risco alto de endividamento por não terem qualquer reserva financeira – já que não sabem como o próprio dinheiro é gasto.

“A comum alegação é que o dinheiro sai voando das mãos, mas sabemos que ele só é gasto com a participação do indivíduo. Muitas vezes a pessoa gasta inconscientemente, pagando pequenas despesas, comprinhas de baixo valor que, juntas, formam um capital alto que não parece significativo por ser formado por pequenas continhas, de cinco, oito, dez reais, ou ainda menos. Como exemplo aponto que para uma pessoa gastar cinco reais por dia com um chocolate nos dias úteis, ela terá um consumo do produto de cem reais mensais. Para quem recebe valor líquido de salário mil reais, isso representa dez por cento da renda”, explica a consultora. 

De fato, a pesquisa divulgada apontou que muitos entrevistados perdem o controle de gastos justamente nas despesas de baixo valor, e 38% dos mesmos não analisam o quanto tem de dinheiro antes de efetuar uma compra.

O que precisa ser feito então para melhorar o controle das finanças pelo brasileiro? A consultora Suyen Miranda pesquisa o tema há mais de uma década e nota que a formação financeira apresenta muito mais resultado quando é iniciada na infância. 

“Hoje já temos jovens que sabem calcular o quanto precisam poupar para atingir objetivos de consumo e pensam em serem empreendedores. Isso mostra que falar em dinheiro com os filhos, em casa, ajuda muito, e a escola também tem começado, timidamente, a abordar o assunto. Crianças gostam e muito de lidar com dinheiro. Podem começar a conhecer o conceito de valor já com cinco anos, o que proporcionará uma base sólida para seu futuro financeiro”, finaliza a consultora.

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