Pesquisa com ensino médio aponta diminuição de entregas de atividades em branco
O uso de objetos de aprendizagem elevam em média 25% a dedicação dos alunos nas atividades em sala de aula.
O dado é um dos resultados preliminares de um projeto de pesquisa realizado pela Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, Câmpus de Araraquara, que está sendo desenvolvido até o final do ano.
Um objeto de aprendizagem é definido por ser um material ou conteúdo utilizado como referência para ajudar no processo educacional, com o auxílio das tecnologias.
Para a pesquisa, estão sendo realizadas atividades usando os objetos com 400 alunos dos três anos do ensino médio da Escola Estadual Bento de Abreu. Desde 2013, o projeto denominado "Objetos de Aprendizagem na Sala de Aula: Recursos, Metodologias e Estratégias para melhoria da Qualidade da Aprendizagem" contempla as disciplinas de física, matemática, química, português e filosofia.
Nas atividades tradicionais, aproximadamente 30% dos alunos entregam um ou mais exercícios em branco, já com o uso de objetos de aprendizagem o número não chega a 5%. “Essa ‘dedicação’ maior do estudante para realizar a atividade está relacionada basicamente a três itens: melhora da concentração, autonomia e colaboração”, analisa o coordenador do projeto e professor do Departamento de Didática da Unesp, Silvio Fiscarelli.
Segundo ele, que acompanha as aplicações em sala – realizadas durante 80 minutos, em aulas duplas de cada disciplina –, as professoras da escola foram as primeiras a comentar sobre as atividades tornarem-se mais produtivas. “No início, tem uma agitação e depois se concentram. O exercício vai sempre com um roteiro que pedimos para responderem ao interagirem com o objeto. Gera a concentração, porque do contrário ele não consegue acompanhar”, explica. “Percebemos que deixar o aluno solto na internet ou com o objeto é improdutivo. Com um roteiro, tem uma série de passos a seguir.”
Em uma das atividades na aula de matemática, o conteúdo do dia era combinação simples, um tipo de agrupamento no estudo sobre análise combinatória. O objeto utilizado trazia uma menina que precisava escolher a roupa para sair. Algumas opções de blusas e calças foram dadas aos alunos e a pergunta: de quantas maneiras diferentes ela pode fazer para combinar?
Na visão de Fiscarelli, surge uma situação contextualizada e de proximidade com o dia a dia do aluno. “Roupa todo mundo tem, eles também querem sair. Ir para a balada, por exemplo. Temos algo abstrato que foi colocado em um contexto”, diz. Do mesmo modo foi trabalhado o conceito de arranjo: times de futebol que devem ser arranjados de maneira que cada grupo jogue com o outro pelo menos uma vez.
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