Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia alerta e orienta sobre os riscos das altas temperaturas à saúde
As altas temperaturas características do verão requerem cuidados aos idosos devido ao risco de hipertermia, que ocorre quando a temperatura do corpo fica acima de 37,4 graus Celsius. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) dá dicas para prevenção do problema que em algumas condições recebe nomes como insolação, internação ou choque pelo calor.
A temperatura regular do corpo é em torno de 36 graus Celsius. Quando há uma elevação, o organismo utiliza várias estratégias para resfria-lo, como o suor. “Se a pessoa ficar muito tempo no sol e não tomar líquidos suficientes, o processo de resfriamento do corpo pode não funcionar corretamente. Então, o corpo se desidratada, não ocorre a sudorese, e assim a temperatura pode aumentar, causando sérios riscos à saúde do idoso”, alerta Rubens de Fraga Júnior, geriatra e membro da diretoria da Sociedade.
Os sintomas de alerta para a hipertermia estão classificados como dores abdominais, contraturas musculares – câimbras, vômito, dor de cabeça, tontura, fraqueza, excesso ou falta de suor, sintomas neurológicos como irritabilidade, alucinações, delírios, convulsões e coma.
“Quando as pessoas envelhecem o seu corpo pode diminuir a capacidade de se adaptar ao calor. Algumas doenças podem piorar no tempo quente. E algumas medicações podem reduzir a habilidade do corpo de responder ao calor. Muitos casos de insolação podem ser prevenidos com simples cuidados”, explica Rubens.
Fatores que antecedem a hipertemia e podem agravá-la são doenças pré existentes como insuficiência cardíaca congestiva, diabetes, enfisema, asma, demências ou comprometimentos da cognição. Além disso, certas medicações podem causar desidratação e alterar a resposta ao calor de órgãos como coração, vasos sanguíneos, e glândulas do suor, sobrepeso ou obesidade, ingestão de bebidas alcoólicas e desidratação prévia, alterações de pele como diminuição da circulação de vasos sanguíneos ou de glândulas sudoríparas.
Muitos idosos fazem da exposição ao sol, fonte de reposição de vitamina D, responsável pela suplementação do cálcio, mas esta ação deve ser feita com cautela e atenção. “O tempo ideal é entre 5 a 10 minutos em braços e pernas e nos horários recomendados. Entre 10h e 14h, a exposição é contra indicada pelos dermatologistas pelo risco de câncer de pele”, recomenda o geriatra.
Na alimentação, comer pouco e várias vezes ao dia auxilia na digestão e deve ser intercalada com a ingestão de 8 a 10 copos de água. Para prevenir a desidratação, a água de coco é uma boa fonte de nutrientes.
Em altas temperaturas, as proteínas do corpo, bem como membranas celulares e enzimas (especialmente na região do cérebro), podem ser destruídas ou apresentar um mal funcionamento. Quando o calor do ambiente é extremo, afeta os órgãos internos e causa lesões no coração, nas células musculares, vasos sanguíneos, o que ao prejudicar os órgãos internos pode levar a pessoa a morte.
Se houver suspeita de alguma doença relacionado ao calor (hipertermia, insolação, intermação ou choque pelo calor), as recomendações são mover a pessoa para um lugar fresco, de preferência com ar condicionado; deita-la para que repouse, remover roupas apertadas e desconfortáveis; Oferecer água se a pessoa estiver consciente e procurar imediatamente ajuda médica o mais rápido possível.
No verão, é importante que o idoso:
• Beba grande quantidade de água durante todo o dia
• Procure abrigo em lugares cobertos ou em áreas que possuam ar condicionado
• Vista-se com roupas leves e de cor clara
• Evite atividades extenuantes na parte mais quente do dia (entre as 10 da manhã e as 16 horas)
• Use filtro solar, chapéu ou boné ao sair no sol
• Evite tomar cafeína e álcool, pois são bebidas que contribuem para desidratação
• Se sentir cansaço, náuseas, tonturas, ou desenvolver dores de cabeça, saia IMEDIATAMENTE do sol, procurando abrigar-se numa sombra, local arejado e procure beber bastante água.
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