Medidas simples podem prevenir problemas durante voos prolongados
As férias chegam ao fim, e com ela começa o retorno para casa e as viagens, muitas vezes longas. Aos portadores de doenças respiratórias crônicas, uma preocupação maior: a possibilidade de infecções e exacerbações durante o voo por conta da qualidade do ar nas aeronaves. A boa notícia é que o ar que circula no interior dos aviões atravessa filtros de alta eficiência, dificultando a transmissão de doenças.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as doenças respiratórias crônicas atingem mais de 500 milhões de pessoas nos países em desenvolvimento. São caracterizadas por problemas nas vias áreas como nariz, seios da face, brônquios e pulmão, tais como a asma, a rinite alérgica, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e hipertensão pulmonar, entre outras.
Antes de realizar viagens longas, com muitas horas de voo, é preciso consultar o médico pneumologista para uma avaliação e indicação de como se prevenir de possíveis crises graves. Com a despressurização na altitude, há uma queda na quantidade de oxigênio e os portadores de doenças respiratórias crônicas podem apresentar falta de ar.
“Uma recomendação geral seria levar na bagagem de mão remédios de alívio ou resgate, que amenizam os sintomas. Portadores de asma devem incluir broncodilatadores e, caso haja crises frequentes, corticóide oral. Já quem tem rinite, deve se lembrar de manter o antialérgico por perto, para o caso de uma crise”, comenta dr. Oliver Nascimento, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).
Ele ressalta que os pacientes com doença mais grave, que usam oxigênio suplementar, devem contatar a companhia aérea para saber se há cilindro de oxigênio disponível no voo para casos de emergência. Caso contrário, é importante providenciar seu próprio equipamento para suplementação.
Risco iminente
Viagens muito longas aumentam também o risco de trombose, principalmente nos membros inferiores. Com as poltronas mais apertadas, existe a dificuldade de movimentação nas pernas. Com a pressão baixa dentro da aeronave, baixa a oxigenação do sangue, facilitando a formação de coágulos que podem atingir o pulmão, gerando a embolia pulmonar. Uma das formas de prevenção é caminhar, a cada duas horas, de sua poltrona até o fundo da cabine para ativar a circulação sanguínea.
“Para se ter uma ideia da gravidade da embolia, uma a cada cinco mil pessoas em voos de mais de quatro horas desenvolveram algum grau de trombose. É uma estatística alta e merece atenção”, alerta dr. Frederico Leon Arrabal Fernandes, diretor científico da SPPT.
Os indivíduos mais propensos a desenvolver este problema são os idosos, obesos, portadores de doença cardiovascular e de coagulação, além de portadores de doenças pulmonares crônicas. Gestantes, pacientes com doenças cardíacas e mulheres que usam anticoncepcionais devem utilizar meias elásticas de média ou alta compressão até o joelho durante o voo.
Outro risco nestas viagens que não deve ser menosprezado é a desidratação devido ao ar seco. Para evitar que o sangue fique mais concentrado e com dificuldade de circular, é fundamental a ingestão frequente de água, bem como evitar o consumo de álcool e bebidas diuréticas.
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