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5 de dezembro de 2013

Má avaliação do Brasil no Pisa pode ser revertida

"Proposta de simplificação ortográfica fortalecerá a inclusão social e aumentará o público leitor", diz o linguista Ernani Pimentel

Foto: divulgação
O resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) referente ao ano de 2012 foi divulgado nesta terça-feira (3) e o Brasil aparece em 55º lugar em leitura, em um ranking de 65 países. Comparado à última avaliação, em 2009, o país caiu duas posições, o que significa 410 pontos.

A avaliação é aplicada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a alunos de 15 anos. Os resultados expressam que esses jovens têm, em média, um baixíssimo nível de proficiência em leitura.

Essa média poderia ser melhor se, de acordo com o professor e linguista Ernani Pimentel, fosse feita uma simplificação ortográfica na língua portuguesa. “O objetivo maior (da simplificação) abrange todos os países de língua portuguesa e engloba ganhos importantes como: fortalecimento da inclusão social, ampliação do número de leitores internos, expansão do número de leitores externos e inevitável reforço ao nosso desenvolvimento social e econômico”, afirma.

A simplificação da ortografia é um projeto do professor que tem ganhado força nos últimos anos. Crítico assíduo do Novo Acordo ortográfico, ele participou na última semana da Assembleia da República de Portugal, representando, ao lado do professor Pasquale Cipro Neto, o Grupo de Trabalho Técnico da Comissão de Educação (GTT), Cultura e Esporte do Senado Federal, para reunião conjunta das Comissões de Educação, Ciência e Cultura e Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.

Na reunião, discutiu-se a necessidade e possibilidade de se adequarem as atuais regras ortográficas à visão racional, objetiva e científica de nossa época. A adequação seria essencial para que o desempenho do Brasil seja melhor nos próximos anos.

De acordo com o professor, o projeto “Simplificando a Ortografia” poderia reduzir o tempo gasto por professores para o ensino da ortografia de 400 para 150 horas/aula. “Com isso seria possível aumentar a carga horária de ensino de interpretação de texto, por exemplo, que é uma questão extremamente importante não apenas para as matérias da área de humanas, mas para todas as outras.”

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