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11 de dezembro de 2013

Pesquisa inédita revela novo padrão para tratamento de pacientes com Mieloma Múltiplo

Estudo foi divulgado durante o maior Congresso de hematologia do mundo, nos Estados Unidos

Doença atinge idosos,
principalmente
Um trabalho internacional inédito com pacientes de mieloma múltiplo, doença do sangue que afeta principalmente idosos, revelou que a combinação dos medicamentos lenalidomida e dexametasona de forma contínua em baixas doses prolonga a sobrevivência livre de progressão da doença. O estudo comparou esse tratamento com outro mais antigo que inclui três medicamentos: melfalam, prednisona e talidomida. Foram estudados pacientes de mieloma recém diagnosticados e não elegíveis para transplante de medula óssea. 

Os resultados foram apresentados pelo médico e pesquisador francês, Thierry Facon, durante a 55ª edição do Congresso anual da American Society of Hematology (ASH), que se encerra nesta terça-feira (10), em New Orleans, Estados Unidos.

A descoberta, segundo o Dr. Angelo Maiolino, diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) e professor da UFRJ, presente no Congresso, “estabelece um novo padrão de atendimento aos pacientes em todo o mundo". O tratamento contínuo geralmente é indicado para pacientes que apresentavam recaída após 72 semanas de terapia de indução, devido a toxicidades associadas com a terapia de longo prazo. 

Agora está comprovada a importância desse tratamento logo após o diagnóstico, explicou Maiolino. O estudo é um dos maiores já realizado no mundo, com mais de 1600 pacientes com 65 anos de idade em média, de 246 centros de tratamento de 18 países. O Brasil não foi incluído. 

Outra constatação foi a redução de 22% no risco de morte no grupo que utiliza lenalidomida e dexametasona. A Dra. Vania Hungria, médica e professora da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, logo depois de assistir a apresentação do Dr. Facon, disse que a lenalidomida, já aprovada em mais de 80 países, ainda não recebeu o registro na ANVISA, nem mesmo para tratamento de segunda linha, o que prejudica os pacientes e frustra os médicos. Ela acrescentou que a situação dificulta também a participação de pacientes brasileiros em estudos internacionais como o apresentado pelo pesquisador francês.

O estudo foi o principal tema de discussão durante um workshop de imprensa para jornalistas de todo o mundo e que contou com a participação das presidentes da Federação Internacional do Mieloma Susie Novis e da Presidente da instituição na América latina, Christine Battistini. A International Myeloma Foundation (IMF) foi parceira do Dr. Facon nesse trabalho. 

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